Novidades - Um bom papo de DJs - Privilège Brasil

A semana de Réveillon está chegando e uma das atrações mais esperadas é LEE FOSS. Na primeira vez em que esteve no Privilège Búzios em 2014 ele encarou uma maratona de quase seis horas de set e ainda conversou com Amanda Chang para algumas páginas da Privilège MAG. A ansiedade pelo retorno...

A ansiedade pelo retorno dele ao balneário mais charmoso do Brasil em pleno verão é grande. Por isso, resgatamos esse papo de bastidores para que você entenda melhor quem é este grande nome da cena eletrônica mundial.

 

 

 

Antes de começar a ler esse papo, dê o play e ouça a nova track do Lee Foss.

Uma ótima trilha para acompanhar as próximas linhas. 

 

 

 

 

 

 

Era noite de verão e o calor tomava conta da Orla Bardot [19 de janeiro de 2014]. Em plena noite de domingo, uma das atrações mais esperadas pelo Privilège Búzios chegava ao club. A pista já fervia, quando por alguns instantes Amanda Chang antecipou o encontro que logo mais aconteceria na cabine. Ainda nos bastidores, ela conversou com Lee Foss. DJ, com a força das batidas que conquistaram o mundo e nas produções que agitaram multidões. Ele carrega o consagrado selo “Hot Creations” por diversas partes do globo. Neste papo, que antecedeu a entrada dele na pista do Privilège, Amanda perguntou sobre o início da carreira, tendências, rotina e novos projetos. O resultado desta conversa, você confere nas próximas páginas.

 

 

Amanda Chang: Você é de Chicago, o berço da House Music. Como isso influenciou sua vida como DJ?

 

Lee Foss: E acho que fui muito privilegiado por ser de Chicago. Muitos americanos quando são apresentados à Dance Music, fazem algo muito mainstream. Quando era mais novo, tentei algo mais progressivo e, sozinho em casa, consegui ir refinando o gosto e passar para o House e Techno. A Dance Music estava sendo feita pelos melhores DJs de House do mundo. Então, imediatamente eu me interessei por isso. Comecei a me interessar pela Disco e outras coisas que eles estavam ‘sampliando’ naquela época. Eu nunca precisei passar por aquela fase de ouvir músicas ruins para depois aprender sobre o que é um som mais maduro. Então, eu penso que a House Music é uma grande ‘educadora’.

 

 

Você vive entre os EUA e a Ingraterra, correto? Como é sua rotina?

 

Infelizmente, não tenho uma. De alguma forma, isso é um desafio para o meu trabalho como um produtor. Quanto mais viajo, menos estou em um ponto fixo. Por isso, é mais comum eu trabalhar com meus amigos e com colaborações. Usualmente, eu não fico em apenas um lugar, e essa experiência tem sido bacana na construção da minha carreira como Dj, por encontrar gente nova durante as viagens. Eu sempre tenho muito trabalho a fazer. E é difícil manter a disciplina. Eu penso que para ser um bom DJ e produtor ao mesmo tempo a pessoa tem que ter uma forte vontade de trabalhar. É que é fácil lançar várias músicas de uma só vez quando você esteve em casa nos últimos dois ou três anos. Mas, quando começa a ser pago para viajar, é muito difícil continuar fazendo música. Eu acho que ter dois focos ajuda, mas se você quer fazer mais músicas para fazer as pessoas felizes, o melhor é estar em apenas um lugar.

 

 

 

Então, como é seu processo de criação musical? O que te inspira?

 

O meu processo de criação usualmente começa com ideias simples. Seja uma música que eu goste e que tenho escutado, uma batida que está na minha cabeça, uma letra, a amostra de um vocal que eu me depare ou outras coisas. Depois, começo a construir a música em volta disso, como uma escultura. E algumas vezes pode ser um remix que escuto e faço uma música original inspirado por uma parte. Há alguns anos, um ou dois, me inspirava pelo simples fato de estar apaixonado por alguém. Mas, eu não tenho sentido isso recentemente. Quando trabalho em grupo, a inspiração funcionada de uma forma diferente.

 

 

É melhor ou pior?

 

Depende. Como eu disse, eu faço muita coisa boa sozinho, quando estou com uma garota. Faço grandes músicas que foram inspiradas na emoção. Mas, recentemente não tenho sentido isso. Com um grupo, às vezes, é uma forma diferente de alcançar a inspiração. Eu gosto dos dois processos.

 

 

Qual música você considera especial na sua carreira? Por quê?

 

Eu acho que a música “U got me” foi algo que, como um artista solo, ajudou muito na minha carreira. Muita gente gosta.

 

 

Como você conheceu Jamie Jones e como tiveram a ideia de criar a “Hot Creations”?

 

Eu conheci o Jamie Jones em 2001, em uma festa em Ibiza. Quando criamos o ‘Hot Creations’, já estávamos fazendo música como a “Hot Natured”. Eu já tinha olhado outras labels, mas tínhamos muitas músicas para lançar e amigos que estavam fazendo muita coisa boa. Havia muita música em nossa volta que precisavam de um lugar para serem lançadas. E confiamos que essa seria uma boa plataforma. No começo de 2010, nós lançamos a primeira música como “Hot Creations”. Hoje, definimos a label como tudo aquilo que achamos que seja especial. Qualquer música que gostamos.

 

 

 

 

 

Mas, vocês trabalham também com outras labels: “Hot Waves” e “Hot Natured”. Como você as define?

 

“Hot Waves” é uma sub-label para novos artistas. “Hot Natured” ´o nome da nossa ‘banda’. Mas costumávamos usar outras labels como a “Hot Natured Re Rubs”. Essa era para adicionar as músicas Pops ou uma versão House de uma música Pop.

  

Músicas Pops, como assim?

 

“Hot Natured Re Rubs” foi uma sub-label para fazermos alguma coisa que tocaria no rádio e que tinha uma versão House. Mas, ultimamente, não estamos fazendo isso. Quanto mais as pessoas nos conhecem, menos sentido faz ‘sampliar’ coisas ou adicionar coisas. As pessoas, às vezes, me perguntam por que eu não faço mais músicas como eu costumava, quando ‘sampliava’ vocais famosos. Mas, agora há uma diferença de responsabilidade, uma vez que se vende músicas e muitas pessoas conhecem seu nome. Quando você é um “zé ninguém”, você não tem acesso a bons vocalistas e, realmente, não tem oportunidade de fazer. E, claro, não tem ainda o problema legal, da possibilidade de pessoas te processando. Eu não ‘sampleio’ agora porque posso ser processado e acabei trabalhando com excelentes cantores. Então, não tenho razão de fazer isso agora. Antes de eu conhecer os vocalistas, quando não tinha ninguém para cantar e não sabiam quem eu era, não fazia diferença. Agora, as pessoas sabem quem sou, mas continuo achando que tem momentos e lugares para se ‘sampliar’, mas não é meu foco.

 

 

Quais são as tendências do mercado da música?

 

Eu não sei se funciona assim no mundo inteiro, mas penso que as tendências são diferentes de acordo com cada lugar. Por alguns anos as pessoas gostavam mais de um House com o vocal. E daqui a alguns anos, as pessoas provavelmente voltarão a curtir muito esse estilo novamente. Isso vai e volta, é um ciclo.

 

 

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