Novidades - VINTAGE IS THE NEW CULTURE - Privilège Brasil

Nas páginas da Privilège MAG, o fenômeno Vintage Culture fala sobre o início da carreira e e novos projetos. Aproveitando que ele está confirmado no dia 16 de abril em JF, entre no clima e leia a entrevista.

Agenda lotada, bookers disputando datas, sucesso de público e ‘Só Track Boa’ quando se fala em Vintage Culture, o verdadeiro fenômeno da cena brasileira em 2015.

 

 

Egito, França, Rússia, África do Sul, Inglaterra, Sri Lanka, Canadá, Ibiza, Turquia, Taiti, Australia e Brasil. Essa lista invejável de países já demonstra que Lukas Ruiz, aka Vintage Culture, rompeu as fronteiras do interior de Maringá (PR). Em seu release de apresentação, ele considera a house music como uma linguagem universal e, por isso, foi aclamado logo no início da carreira por nomes, como Kolombo, Amine Edge & Dane, Danny Daze, Thomaz Krauze, Gabe e muitos outros. Tido como autodidata, ele começou a produzir vendo vídeos e tutoriais de YouTube, bem antes de estudar e se profissionalizar. Vintage ganhou o mundo em uma mistura do ‘velho’ com o ‘novo’ e hoje é o headline dos maiores festivais e eventos do Brasil. Além disso, fundou uma label que tem bem a bem a cara dele: Só Track Boa!

 

 

Falando sobre passado, presente e futuro, Vintage Culture conversa com a Equipe Privilège neste Papo de DJs.

 

 

 

 

PRIVILÈGE MAG: Você nasceu quase na fronteira com o Paraguai e morou muito tempo no interior. Como foi seu primeiro contato com a música eletrônica? Fale um pouco sobre este começo.

 

VINTAGE CULTURE: Exato, o começo foi bem difícil. Não havia internet e equipamentos. O que prevaleceu foi a vontade de fazer música. Meu primeiro contato foi através de um CD de um tio. Estava fuçando nas coisas dele e achei um cd de hard trance. Foi paixão a primeira vista.

 

 

Que marco considera o inicial da sua carreira?

 

Acredito que foi meu remix para Pink Floyd – ‘Another Brick in The wall’. Virou uma febre entre djs do mundo todo. Foi a partir daí que tudo começou.

 

 

Vintage Culture, de onde veio este nome?

 

Precisava de um nome novo já que usava Lukas Ruiz e todos me confundiam com o Victor. Foi aí que comecei uma longa pesquisa para o novo nome. Como eu gostava muito de música antiga, quer dizer, não tão antiga assim, mas da década de 80 e 90. Achei Vintage um nome conveniente, até porque a música eletrônica se renova muito rápido e, por isso, qualquer passado do gênero já vira uma coisa meio vintage.

 

 

Qual a diferença entre o Vintage e o Lukas Ruiz?

 

Se a pergunta for com relação aos projetos musicais, Lukas Ruiz era voltado para o Techno e não tinha um planejamento de carreira. Era apenas o meu nome próprio que usava para assinar minhas músicas daquela época. Já o Vintage Culture partiu de um planejamento maior, mais formal, com outro conceito musical e ficou tão sério que acabou virando uma marca mesmo, no sentido de uma empresa. Agora se for sobre a diferença entre eu e o projeto, pessoalmente falando, não tem, somos um só, crescendo e evoluindo da mesma forma.

 

 

O primeiro lançamento como Vintage foi pela gravadora do Betoko, certo? Como foi isso?

 

Exato, eu sou um grande fã dele. Na época, vivia mandado demos, até que um dia me responderam, gostaram e lançaram até em vinil esse primeiro release. Foi um grande passo, uma conquista marcante.

 

 

E hoje quando escuta a sua primeira produção, o que você pensa sobre ela?

 

Como eu evoluí e como é importante continuar se dedicando todos os dias para melhorar sempre.

 

 

Do começo até os dias atuais, você acompanhou algumas transformações na cena eletrônica nacional e mundial, passando daquele universo das Raves até os clubs mais intimistas. Como foi a consolidação do estilo Vintage de tocar que vemos hoje?

 

Aprendi muito com a pista, a saber o que funciona o que não funciona. Consegui ser hibrido, tocar em festivais underground e em grandes festas mainstream. Sinto orgulho por isso, de ver onde meu som chegou ou mesmo de ter feito parte dessas transformações já que essa característica é pouco comum mas muito desejável num universo como o da música eletrônica, cujo maior lema é a união entre as pessoas. É aquela máxima de que na pista de dança somos todos iguais. Gosto muito dessa essência.

 

 

 

 

Fale um pouco também sobre suas principais influências.

 

Eu gosto muito de Synthpop, coisas como New Order, Pet Shop Boys, Depeche mode, mas acho que todo estilo pode contribuir para a bagagem musical. Hoje, as influências vem de absolutamente tudo que me cerca.

 

 

Muitas parcerias com nomes mundiais estão no seu currículo. Qual foi aquela que mais te surpreendeu e como foi este processo de construção musical?

 

Foi a com Re Dupre. Nem esperávamos muito desse som, mas foi um grande hit que chegou ao TOP5 do Beatport e até hoje está entre minhas músicas mais vendidas. Parcerias em geral são muito agregadoras, trazem novos ares, idéias e inspirações.

 

 

Qual o próximo passo para a música eletrônica, na sua opinião?

 

Cada vez mais atingir o grande público. Com o crescimento dos grandes festivais, novas fronteiras geográficas sendo ultrapassadas e chegando cada vez mais longe e a novos centros consumidores. A música eletrônica é uma linguagem universal e merece estar em todos os lugares do mundo. Acho que essa é a nossa grande missão.

 

 

Vemos que o DJ que apenas remixa as música está perdendo espaço para quem também é produtor. Como é este movimento de ampliação dos afazeres de um DJ na sua percepção?

 

Hoje não basta apenas ser DJ, tem q produzir. O publico sai de casa com a sua música já na cabeça, na ponta da língua para cantar na pista. A apresentação hoje em dia já se tornou um show e isso se deve ao DJ, enquanto artista, que deve apresentar suas música próprias e assim conquistar uma base extremamente fiel de fãs.

 

 

Então, qual o segredo de uma boa produção?

 

Sorte, perseverança e muito estudo.

 

 

Falando nisso, você também já esteve em sala de aula para conversar com novos profissionais sobre produção musical. Como foi a experiência?

 

Foi bem legal, mas confesso que sou um pouco tímido e a as coisas que aprendi foram empíricas. Então, não foi exatamente da maneira que professores iriam ensinar. Foi um desafio.

 

 

 

O projeto Vintage Culture ganhou uma rápida ascensão no mercado brasileiro e mundial, a que você credita isso?

 

Acredito que foi a música em primeiro lugar, alinhado a um bom trabalho de marketing e management.

 

 

Gigs internacionais. Qual foi a melhor experiência que já teve em uma pista gringa e como foi?

 

Já fui tocar lá fora várias vezes, apesar do curto tempo de carreira. É muito diferente e realmente um choque. A África é o país que mais chega perto do Brasil no aspecto pista, mas uma das experiências mais legais que tive foi em Lyon, na França. Nunca vou esquecer aquela noite.

 

 

Muitos talentos brasileiros estão sendo reconhecidos internacionalmente. Como você vê esse crescimento da ‘exportação’ da música brasileira?

 

O motivo de estarmos exportando é exatamente a produção musical. Hoje não precisamos de nenhuma música gringa para bombar uma pista. Pelo contrário, em geral as músicas brasileiras funcionam muito mais por aqui atualmente, pois elas partem da influência local genuína. É justamente essa influência que agora estamos exportando.

 

 

Como você percebe a diferença entre o público brasileiro e o internacional? O que o brasileiro tem?

 

O brasileiro busca e cria uma conexão muito pessoal com o artista, para muito além da música. Isso não é exatamente único, mas é bem característico e especial.

 

 

Falando em fãs, vimos que existe gente que corta o cabelo e até faz tatuagem com sua marca. Como é isso para você?

 

Isso é demais. Sinto-me muito feliz ao inspirar essas pessoas e por saber que eu fiz a diferença na vida delas. É demais! Uma motivação incrível e também uma responsabilidade muito grande.

 

 

Além do Vintage, você também carrega outra marca a ‘Só Track Boa!’. Como você a define?

 

A ‘Só Track Boa’ foi uma brincadeira entre amigos que se tornou algo sério. Nunca foi nossa intenção dizer que nossa música era boa ou melhor que as outras, como uma coisa presunçosa. As pessoas entenderam a despretensão e o lado divertido do negócio. Estamos rodando o Brasil com essa plataforma que é aberta a todos os entusiastas pela música eletrônica, fazendo amigos e tentando agregar a nossa cena.

 

 

Já tem algum projeto novo ou tour em vista para 2016?

 

Muitas coisas, mas acho que os principais pontos são contratos com grandes gravadoras internacionais, um (ou mais) novo clipe que vamos gravar e um formato de show especial que estamos desenvolvendo para grandes audiências, com conteúdo 100% próprio e muitas surpresas.

 

 

 

 

 

 

Você esteve no line do Rock in Rio, bem como de grandes festivais. Como é tocar para um público tão grande em uma semana e depois encarar uma atmosfera mais intimista de um night club?

 

É muito bom poder variar, pois assim você não estaciona. Sempre há novos desafios que te fazem sair da zona de conforto e rolar aquele frio na barriga. Esse ano (2015) fui o único artista a tocar duas vezes no EDC Brasil, tendo o desafio de fechar o palco principal depois de todos os ‘big names’ que ali tocaram. Foi uma experiência e tanto.

 

 

Verão brasileiro está aí. O que, na sua opinião, vai ser o grande estouro da temporada?

 

Bom, verão é minha época favorita do ano. São muitas festas, gente bronzeada, bonita, música boa etc. O estouro desse verão serão os artistas nacionais. Este momento que estamos vivendo de valorização nacional não tem preço.

 

 

Agora, entrando um pouco mais no universo Privilège, você se lembra da primeira vez em que tocou no club? Conte como foi essa experiência.

 

Me lembro bem. Minha história com o Privilège é engraçada. Em meados de 2012 fui a um cruzeiro com alguns amigos de escola para comemorar a minha formatura. Descemos em Búzios um dia e lembro que paramos em frente ao Privilège. Nesta hora, me perguntei: ‘Será que um dia eu vou entrar ai? Será que um dia vou tocar ai?’. Depois desse tempo todo tenho uma linda historia com o pessoal da casa. Todas as noites foram maravilhosas, em especial uma que toquei por cinco horas e não queria parar. Eu faço música justamente para clubes como o Privilège, com certeza um dos melhores do mundo.

 

 

Que balanço você faz de 2015 e quais seus desejos para 2016?

 

O ano de 2015 sem dúvidas foi o ano mais importante da minha vida. Me realizei muito profissionalmente, mas foi o ano em que perdi meu pai em um acidente. É difícil entender porque as coisas têm que ser assim, mas é o curso da vida. Desejo o que de melhor possa acontecer em 2016 e vou trabalhar muito por isso!

 

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